quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Oficinas de turbantes e penteados afro no Terreiro de Matamba Tombenci Neto neste sábado

Oficina de Turbantes


Dani Jêje e Preta Ashanti, integrantes da Casa do Boneco de Itacaré, estarão mais uma vez no Terreiro de Matamba Tombenci Neto para uma nova edição do Zendembás, com oficinas de turbantes e penteados afro. A programação acontece neste sábado, dia 25, a partir das 15 horas e tem entrada gratuita.
Penteado afro por Dani Jêje
Os participantes que já se inscreveram e demais interessados em participar, devem informar RG, CPF e NIS, para validar a inscrição. Além disso, é necessário trazer um tecido com mais ou menos 3 metros de comprimento.
As atividades fazem parte da terceira edição do projeto Mãe Ilza Mukalê (MIM 3), iniciativa da Organização Gongombira de Cultura e Cidadania, com promoção do Estado da Bahia e apoio da Universidade Federal do Sul da Bahia e do Teatro Popular de Ilhéus.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

EQUIPE NOTA 10 DO PROJETO MÃE ILZA MUKALÊ III


Parte da equipe da Gongombira que faz o projeto Mãe Ilza Mukalê (MIM III) acontecer com muita garra e determinação. Em pé da esquerda pra direita. Indira RodriguesMarinho SantosTalita Barbosa. Agachadas da esquerda pra direita. Neide RodriguesCynthia Santos Barra e Mãe Ilza Mukalê.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Último Encontro da Oralidade reuniu público diverso para discutir gênero, racismo e lesbofobia



Na última sexta-feira, dia 17, foi encerrada a série de rodas de conversas com Mãe Ilza Mukalê, os Encontros da Oralidade, promovidos pela Organização Gongombira de Cultura e Cidadania durante o mês de agosto, com diversas convidadas. Nessa última rodada, a convidada Carla Candace discutiu sobre gênero, racismo e lesbofobia.
Com mediação da professora universitária Célia Regina da Silva, o Terreiro de Matamba Tombenci Neto foi palco de uma discussão saudável sobre como a mulher negra sofre com o racismo e o machismo e como essas opressões moldam o ser humano. “A gente descobre que é negra ainda na infância, sempre foi muito nítido que eu era negra, o ser mulher também”, destacou Carla.
Em relação à sua sexualidade, a convidada explicou como foi o momento de descoberta e a luta para conseguir sair de uma relação tóxica e se assumir lésbica: “ao sair de um relacionamento abusivo, entendi que eu era lésbica e que não era bi, que eu me relacionaria afetivamente apenas com mulheres", declarou.
Segundo a convidada, mulheres negras lésbicas possuem dificuldades para participarem de movimentos sociais, pois "ser uma mulher negra é sofrer violência dentro do movimento negro, que é extremamente machista, dentro do movimento feminista, que é racista e dentro do movimento LGBT que é focado em homens gays, na sigla G".
Além de relatar experiências pessoas, a convidada, que é bacharela em Comunicação Social e documentarista, também falou sobre a baixa, praticamente nula, representatividade de mulheres negras lésbicas na mídia. “No Brasil, não há registro de mulheres lésbicas negras em telenovelas”, frisou a comunicóloga. 
Por fim, Carla Candace questionou “até que ponto a gente está se preocupando com as pessoas pretas LGBTs?”, ao se referir aos números de pessoas negras que relatam casos de racismo e LGBTfobia dentro de diversos movimentos sociais que não são apurados.
O evento foi encerrado com a Oruestra Afro Gongombira, que embalou a noite com muita música. Os encontros fazem parte da terceira edição do projeto Mãe Ilza Mukalê (MIM 3), que conta com promoção do Estado da Bahia e apoio da Universidade Federal do Sul da Bahia e do Teatro Popular de Ilhéus.
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terça-feira, 14 de agosto de 2018

Raça, gênero e sexualidade são temas do último Encontro da Oralidade nesta sexta-feira

Primeiro Encontro da Oralidade do MIM 3


O último Encontro da Oralidade será realizado nesta sexta-feira, dia 17, às 19 horas, no Terreiro de Matamba Tombenci Neto. Mãe Ilza Mukalê irá receber Carla Candace, bacharela em Comunicação Social – Rádio e TV pela Universidade Estadual de Santa Cruz e integrante do Kisimbi – Núcelo de Produtoras Pretas de Audiovisual.
Carla Candace

Com entrada gratuita, este último encontre propõe a reflexão acerca da negritude, afromisoginia e lesbianidade, como também a importância de discutir esses temas em espaços como o terreiro de candomblé, que possui uma grande quantidade de jovens, em sua maioria negra e diversa entre si.
A convidada do último encontro, Carla Candace, também é poeta no grupo PPMP, artesã, documentarista e fotógrafa, com a qual desenvolve um trabalho de militância diária contra o racismo, a afromisoginia e a lesbofobia. Seu trabalho pode ser conferido no perfil @candacefotografia.
A atividade faz parte da terceira edição do projeto Mãe Ilza Mukalê, promovido pela Organização Gongombira de Cultura e Cidadania, com promoção do Estado da Bahia e apoio da Universidade Federal do Sul da Bahia e Teatro Popular de Ilhéus. A atração da noite ficará por conta da Orquestra Afro Gongombira.
Encontros da Oralidade
O projeto-piloto surgiu de uma forma bem despretensiosa, no Terreiro de Matamba Tombenci Neto, quando os membros mais jovens se reuniam, aos sábados, para rodas de conversa com Mãe Ilza Mukalê e outros mais velhos.
A partir daí, surgiu a primeira edição do projeto, formalizado através de um edital, com oito encontros, onde ela conversava sobre diversos temas ligados às religiões de matriz africana.
A segunda edição foi voltada para capacitação de jovens negros e de terreiro de Ilhéus, com 40 jovens formados como agentes culturais.
Esta terceira edição difere das outras duas, pois é direcionada para mulheres negras e indígenas, unindo a capacitação com os Encontros da Oralidade.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Segundo Encontro da Oralidade lotou o Terreiro de Matamba Tombenci Neto

Mãe Ilza Mukalê e Samba de Treita


Arte produzida por mulheres negras, resistência, feminismo negro, ancestralidade e lugar de fala foram alguns dos temas discutidos na última sexta-feira, dia 10, no segundo Encontro da Oralidade. Mãe Ilza recebeu, no Terreiro de Matamba Tombenci Neto, a multiartista soteropolitana Sanara Rocha e a atriz, poetisa e professora ilheense Tereza Sá.
Com o terreiro lotado com um público formado por estudantes, ativistas, professores e pesquisadores de diversas áreas, Mãe Ilza falou do seu início na vida artística, que começou com Mário Gusmão, importante ator e bailarino baiano, quando teve sua primeira experiência como atriz.
Mãe Ilza Mukalê

Mãe Ilza também contou sobre a abertura do terreiro para ensaios de diversos grupos culturais, que começou com a sua Mãe, Dona Roxa. A matriarca do Terreiro de Matamba Tombenci Neto, também participou de escolas de sambas de Ilhéus.
"Tive uma caminhada muito longa, muito vasta. Fui sambista, recebi título de melhor sambista, melhor porta-estandarte. Minha mãe nunca me proibiu de nada por causa da religião", ressaltou Mãe Ilza.
Sanara Rocha, facilitadora da oficina de percussão, explicou que a comunidade negra, em África, sempre foi interdisciplinar, ao misturar dança, música e teatro, além de outras linguagens artísticas num só espetáculo. “A gente nunca separou arte de ciência, da vida, da celebração”, destacou a artista.
Sanara Rocha

Ela completou dizendo que “quando a gente para se entender como negro, pra observar o que os negros e negras antes de nós construíram, a gente percebe que sempre foi assim: dança, música, teatro, poesia, tudo junto".
No que diz respeito à participação das mulheres negras fazendo arte, ela destacou que “dentro de tudo que a gente entende como negritude, existe uma deficiência no que diz respeito às narrativas femininas” e por isso "estamos pensando novas formas de construir nossas artes, reinventar".
A artista Tereza Sá iniciou sua fala recitando o poema “A noite não adormece nos olhos das mulheres”, de Conceição Evaristo, Tereza Sá abriu sua fala: “Como meu pai escrevia e a gente [seus irmãos] precisava ir para o escritório com ele. Lá, eu lia vários livros e poemas. Logo depois, resolvi fazer teatro”.
No centro, Tereza Sá

Sobre ancestralidade, Tereza explicou que encontros como o proporcionado pela Organização Gongombira, são importantes para reconhecer a história de quem estava aqui antes. "Quando a gente se encontra nesses espaços, só estamos ressignificando nossa ancestralidade", enfatizou a atriz.
Tema que provoca debates e divergências entre ativistas, Tereza frisou que o lugar de fala é algo que deve ser respeitado, pois “uma mulher branca não pode falar do lugar de uma mulher negra, pois não tem experiência para isso”.
Mãe Ilza aproveitou a oportunidade para falar sobre o julgamento do Recurso Extraordinário pelo STF, que irá analisar se o sacrifício de animais por religiões de matriz africanas se encaixa como maus-tratos. "A carne do animal sacrificado não e jogada fora, é preparada muito bem para o povo de terreiro comer. É daquele carne que a gente vai ficar mais forte".
O encontro ainda contou com a animação do grupo Samba de Treita, que animou a noite com muita música. A atividade faz parte da terceira edição do projeto Mãe Ilza Mukalê, promovido pela Organização Gongombira de Cultura e Cidadania, com promoção do Estado da Bahia e apoio da Universidade Federal do Sul da Bahia e Teatro Popular de Ilhéus.

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terça-feira, 7 de agosto de 2018

Oficina gratuita para mulheres negras tem inscrições prorrogadas

Foto: Divulgação


A oficina gratuita de editoração artesanal, promovida pela Organização Gongombira de Cultura e Cidadania, está com as inscrições prorrogadas até a próxima segunda-feira, dia 13. A atividade faz parte do curso Mulheres Negras: Uma Experiência de Autoria, da terceira edição do projeto Mãe Ilza Mukalê (MIM III).
A oficina será realizada de 13 a 25 de agosto, com dois horários disponíveis, às 16h30 e às 19h, no Terreiro de Matamba Tombenci Neto. Para se inscrever, é necessário preencher o formulário neste link: clique aqui.

O minicurso será ministrado por Juliane Matarelli, que vem de Belo Horizonte contribuir com o projeto. Bacharel em linguística pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), atua como editora, revisora de textos e irá trabalhar a escrita autobiográfica e o desenvolvimento de um trabalho editorial a partir disto.
Juliane Matarelli
Segundo Juliane, o curso de editoração artesanal propõe registrar o que as mulheres, participantes da oficina, precisam expressar.  Ela ainda explica que “importa tornar público o que queremos, o que sentimos, o que pensamos nós, mulheres” e completa que é a oficina é “uma oportunidade de afirmação, uma forma de ocupação de espaços usualmente mantidos sob o domínio masculino: produções escritas – livros, revistas, jornais –, publicações”.
A oficina está divida em cinco módulos, são eles: Roda de conversas com as participantes; A palavra escrita, o texto, a costura, os impressos, as histórias; “Editar não é ditar”; A composição de um livro: da árvores ao voo e “Catando folhas”: o livro livre.
Mãe Ilza Mukalê III
O MIM III promove oficinas gratuitas durante todo o mês de agosto e início de setembro, além de encontros da oralidade com Mãe Ilza e convidadas para debater questões relacionadas às religiões de matriz africana.
O próximo encontro ocorre nesta sexta-feira, dia 10, às 19 horas, com Sanara Rocha e Tereza Sá, com o tema Poéticas Negras Contemporâneas e Ancestralidade. A entrada é gratuita.
O projeto tem promoção do Estado da Bahia e apoio do Teatro Popular de Ilhéus e da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Terreiro de Matamba Tombenci Neto recebe segundo Encontro da Oralidade nesta sexta-feira

Primeiro Encontro da Oralidade com Marcela Bonfim

O segundo Encontro da Oralidade será realizado nesta sexta-feira, dia 10, a partir das 19 horas, no Terreiro de Matamba Tombenci Neto. Mãe Ilza irá discutir sobre Poéticas Negras Contemporâneas e Ancestralidade com Sanara Rocha, multiartista soteropolitana e Tereza Sá, professora, poetisa e atriz ilheense.
Sanara Rocha é feminista negra, produtora cultural e multiartista com campo de atuação na cidade de Salvador. Mestranda em Cultura e Identidade pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Integrante do grupo NATA (Núcleo Afro-brasileiro de Teatro de Alagoinhas) desde 2009, onde atua como percussionista, Sanara desenvolve uma pesquisa etnomusicológica acerca das tradições percussivas femininas de matriz africana e da orquestra ritual candomblecista de diferentes nações étnicas.
Natural de Ilhéus, Tereza Sá é especialista em Leitura e Produção Textual e Educação e Relações Étnico-raciais (UESC) e, atualmente, mestranda em Ensino e Relações Étnico-Raciais (UFSB). Ativista do Movimento Negro Unificado (MNU).
Tereza acredita que a educação é o caminho para a mudança da sociedade, ela explica que incentiva “principalmente os jovens estudantes a perceberem que se faz urgente a presença dos afrodescendentes nos lugares de prestígio na sociedade” e completa “pois este é o melhor caminho para acabarem com as práticas discriminatórias, racistas, sexistas, homofobias, transfóbicas, entre tantas outras presentes em nossa sociedade”.
O evento tem entrada gratuita e contará, também, com a participação do grupo Samba de Treita, que resgata a tradição do samba de roda e de terreiro. A atividade faz parte da terceira edição do projeto Mãe Ilza Mukalê (MIM III), uma iniciativa da Organização Gongombira de Cultura e Cidadania, que conta com promoção do Estado da Bahia.

sábado, 4 de agosto de 2018

Resistência de mulheres negras artistas foi debatida no primeiro Encontro da Oralidade com Mãe Ilza Mukalê

À esquerda, Marcela Bonfim; Mãe Ilza Mukalê e Cynthia de Cássia Barra

O primeiro Encontro da Oralidade do projeto Mãe Ilza Mukalê foi realizado nessa sexta-feira, dia 3, no Terreiro de Matamba Tombenci Neto, em Ilhéus. Com a presença da fotógrafa Marcela Bonfim, o público debateu sobre arte e ativismo de mulheres negras e o impacto do racismo de quem está na base da pirâmide social.
Abrindo o evento, Mãe Ilza falou sobre a sua infância, de quando mulheres negras e pobres sofriam com o racismo e a intolerância religiosa e contou como sua saudosa mãe, Dona Roxa, cuidava dessas mulheres. “Com ela aprendi que, apesar de tudo, as mulheres devem sempre erguer a cabeça e não deixar se abater com os problemas” disse Mãe Ilza emocionada.
Marcela Bonfim, economista, fotógrafa e especialista em Direitos Humanos e Segurança Pública, contou sobre sua autodescoberta como mulher negra, que era contra as cotas raciais, até o momento em que foi pesquisar a própria história e entender o impacto do racismo em sua vida e como a fotografia a ajudou nesse processo.
"Por que o negro no Brasil precisa aprender a ser negro no Brasil? Porque falta referência e hoje estou aqui com esta referência, que é Mãe Ilza" disse Marcela, que completou explicando que se interessou pela própria história há pouco tempo. "Tenho seis anos de interesse por mim e pela minha história, os outros anos apenas foram passando”, expôs emocionada.
A artista Eloah Monteiro, que emprestou suas canções para embalar o encontro, também falou sobre sua experiência como uma mulher negra artista ao dar prioridade a uma banda formada apenas com mulheres negras. "A gente não vai aceitar quem não é igual a gente. É uma forma de resistir.", destacou Eloah.
Eloah Monteiro

Mãe Ilza também falou sobre sua intimidade com a arte, que começou cedo, pois sempre participou de escolas de samba e, ao assumir o terreiro, permitiu ensaios de blocos afro e de outros grupos artísticos no espaço. Mãe Ilza falou sobre como gosta de compor, "tem muitas músicas compostas por mim, pois no candomblé a gente também compõe", explicou Mãe Ilza.
O evento contou com a presença de mulheres negras de destaque, como Joana Angélica Guimarães da Luz, reitora da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), primeira mulher negra eleita reitora para assumir uma instituição federal no Brasil; Janete Lainha, primeira mulher negra a assumir a presidência do Conselho de Cultura de Ilhéus, além de diversas artistas, pesquisadoras e estudantes da área.
No centro, Joana Angélica Guimarães da Luz, reitora da UFSB

O projeto Mãe Ilza Mukalê
A terceira edição do projeto Mãe Ilza Mukalê (MIM III) é uma realização da Organização Gongombira de Cultura e Cidadania, com promoção do Estado da Bahia, e apoio do Teatro Popular de Ilhéus e UFSB.

As atividades do MIM III se estendem por todo mês de agosto e início de setembro. O próximo encontro será na próxima sexta-feira, dia 10, com o tema “Poéticas Negras Contemporâneas e Ancestralidade”, com as artistas Tereza Sá e Sanara Rocha, de Salvador.

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