quinta-feira, 19 de maio de 2011

BENÇA: Cultura negra do Maranhão na Bahia

Quinta-feira, 12 de maio de 2011
Postado no blog do Instituto Mídia Étnica




Terreiro Seja Hundê (Roça dos Venturas), em Cachoeira. Foto: André Santana


Com “Bença”, Bando de Teatro Olodum promove encontro de guardiãs da religiosidade afro-brasileira no Teatro Vila Velha

A nova temporada do espetáculo BENÇA (em cartaz no Teatro Vila Velha, sempre às sextas e sábados, 20h, e domingos, 17h, até 29 de maio) proporcionará o encontro de importantes mantenedores da cultura e religiosidade afro-brasileiras, vindos de cidades de forte presença da herança africana. É que o Bando de Teatro Olodum resolveu retribuir a acolhida que recebeu de religiosos do Candomblé, de cidades como São Luís do Maranhão, Ilhéus e Feira de Santana, durante o processo de montagem. A peça celebra os 20 anos do grupo e homenageia o conhecimento dos mais velhos, valorizando a memória cultural negra. O espetáculo instalação alia a performance de 17 atores e dois músicos a depoimentos em vídeo dos músicos Bule-Bule e Cacau do Pandeiro e as religiosas Dona Denir, Ebomi Cici, Makota Valdina e Mãe Hilza, figuras emblemáticas e guardiãs dessa cultura.

No próximo domingo, dia 15 de maio, haverá uma sessão especial, às 17h, que contará com a presença de religiosos do Candomblé da nação Jeje Mahin da Bahia e do Maranhão. A cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, será representada pela comunidade religiosa do Seja Hundê ou Roça dos Venturas, um dos mais antigos terreiros do Brasil. De Salvador, foi convidada a comunidade do Terreiro do Bogum, localizado no Engenho Velho de Federação, bairro que concentra grande número de templos voltados ao culto aos deuses africanos.

A religiosidade negra do Maranhão será representada por Aluziomar dos Santos Silva, da Casa das Minas, terreiro tombado pelo IPHAN, cuja origem data do século XVIII, fundado por africanos vindos do Reino do Daomé, atual Republica do Benin. Outras tradições religiosas do Maranhão estarão presentes em Salvador, representadas por: pai Euclides do Terreiro Fanti Ashanti, Maria Sete Flexas do Terreiro Terekô, além de Carlos Benedito, professor e sociólogo da Universidade Federal do Maranhão/UFMA.




BENÇA, com concepção e encenação de Márcio Meirelles, tem o patrocínio da Petrobras, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e recebeu o Prêmio Braskem de Teatro pela Coreografia criada por Zebrinha. Com linguagem contemporânea e não linear, a peça, ao falar dos mais velhos, trata a passagem do tempo como algo construtivo e enriquecedor. Não um tempo cronológico que simplesmente passa, mas o tempo das coisas. O Bando homenageia sua própria história de duas décadas no cenário teatral baiano, mas também presta reverencia aos atores negros que o antecederam e os antepassados que preservaram a cultura e a religião diante de tanto preconceito e exclusão.

Convidados - A temporada ainda contará com a presença da comunidade do Matamba Tambenci Neto, de Ilhéus, de afoxés do município de Feira de Santana e de religiosos de vários terreiros de Salvador, incluindo as casas dedicadas ao culto dos baba eguns, deuses ancestrais africanos, além de associações que lidam com a velhice. Pensando nestes convidados especiais, o Bando apresentará BENÇA mais cedo aos domingos: às 17h, facilitando o deslocamento dos mais velhos.
Saiba mais: http://migre.me/4sBX3
Belas imagens da peça: http://migre.me/4sBQ4

quinta-feira, 5 de maio de 2011

13 de maio - Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo






O dia 13 de maio foi transformado pelo Movimento Negro Unificado – MNU, em Dia Nacional de Denúnicia contra o Racismo, após a fundação do Movimento Negro Unificado – MNU, no ano de 1978. A contestação do 13 de maio como data que é lembrada como a da Abolição da Escravatura pela oficialidade, se dá porque os descendentes de africanos não participam igualitariamente na sociedade brasileira, uma vez que ainda há preconceito racial e discriminação racial manifestados pelo racismo contra negros e negras na sociedade brasileira.
O mito da democracia racial tem colaborado para que as históricas desigualdades existentes entre negros e não negros não sejam observadas como deveriam. Dados do IPEA dão conta de que “o quadro de desigualdade racial... revela o drama da marginalização econômica e da injustiça social que afeta os afrodescendentes no Brasil.”
A Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial considera que a discriminação racial é “qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tem por objetivo ou efeito anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício num mesmo plano (em igualdade de condição) de direitos humanos e liberdades fundamentais, no domínio político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio da vida pública”. O preconceito racial é uma idéia preconcebida sobre uma pessoa ou grupo de pessoas, sendo assentado em generalizações estigmatizantes sobre a raça à qual um grupo é identificado. Tanto a discriminação quanto o preconceito racial advém do racismo que é uma ideologia que pressupõe a existência de hierarquia entre grupos humanos baseada na etnicidade. A Convenção ressalta que “não serão consideradas discriminação racial medidas especiais tomadas com o único objetivo de assegurar o progresso adequado de certos grupos raciais ou étnicos... para proporcionar a tais grupos ou indivíduos igual gozo ou exercício de direitos humanos e liberdades fundamentais...”.
O músico Jeremias Pereira da Silva, 46, conhecido como Gerô, foi torturado brutalmente no dia 22 de março de 2007 e morreu vítima da violência policial, que atinge uma maioria negra no país, no Maranhão e em São Luís, tendo sido levado ao Hospital Municipal Djalma Marques, mais conhecido como Socorrão, depois de muito sofrimento e omissão de socorro, não tendo resistido aos ferimentos, que o levaram a morte. Uma hemorragia interna, segundo o laudo inicial do IML (Instituto Médico Legal), quatro costelas quebradas, arranhões e hematomas pelo corpo, levaram Gerô desta vida, como noticiaram os jornais. Os dois PMs, que tentaram passá-lo por doente mental, foram presos em flagrante e responderão a inquéritos na Polícia Civil e na Polícia Militar, de onde esperamos sejam expulsos. Gerô atuou na campanha compondo as músicas que elegeram o atual governador Jackson Lago, após muitos anos de domínio da oligarquia que imperava no estado. Esperamos que haja punição dos envolvidos, pois aqui o crime de tortura já vitimou muitos que pagaram com a própria vida pelo que não fizeram, apenas por serem negros.

Conscientize-se e Reaja à Violência Racial! Denuncie sempre!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo no Terreiro Matamba

ORQUESTRA GONGOMBIRA

APRESENTA:
MARACANDOMBLÉ
NO DIA NACIONAL DE DENÚCIA CONTRA O RACISMO
DIA 13 DE MAIO – SEXTA FEIRA
LOCAL: TERREIRO DE MATAMBA TOMBENCI NETO
Av.Brasil, 485 Alto da Conquista – Em frente ao Dilazenze
HORÁRIO: 20: HS. ENTRADA: GRATIS
PROJEÇÃO DE VÍDEOS – POESIAS –PRONUNCIAMENTO DE LIDERANÇAS DO MOVIMENTO NEGRO E MUITO MAIS; PARTICIPE!

APOIO: