terça-feira, 10 de março de 2015

COMUNIDADES DE TERREIROS DE ILHÉUS INICIAM CADASTRO NO CADÚNICO



Foto: Luciane Santos.
A secretaria de Desenvolvimento Social (SDS) de Ilhéus, iniciou na manhã desta segunda-feira, 9, o cadastramento de famílias oriundas, ligadas ou identificadas aos quilombolas (povos de terreiros). A proposta, tocada em parceria com o governo federal, é identificar grupos populacionais tradicionais na tentativa de favorecê-los com benefícios sociais e políticas públicas específicas. O trabalho, que começou no ano passado com as famílias indígenas, será realizado até o dia 24 deste mês na própria sede da SDS, na rua Mário Alfredo, Conquista, e nas unidades do Cras (Centro de Referência de Assistência Social), localizadas no Banco da Vitória, Salobrinho, Teotônio Vilela, Barra de Itaípe e Olivença.
“Além de ampliar o número de pessoas e famílias favorecidas com os diversos benefícios do governo federal, como Bolsa Família, Tarifa Social e Minha Casa, Minha Vida, o cadastramento desses grupos populacionais também permite a aplicação de políticas públicas específicas”, reitera o secretário Jamil Ocké. “Um bom exemplo dessa realidade pode ser observado no cadastramento das famílias indígenas realizado no ano passado. O governo federal só tinha conhecimento da existência de 17 núcleos com poucos integrantes. No entanto, o cadastramento mostrou que temos cerca de 4 mil e 300 famílias”, acrescenta Ocké.
Após ressaltar que o próximo grupo populacional a ser beneficiado pelo trabalho será o dos agricultores familiares, o coordenador do CadÚnico e Bolsa Família em Ilhéus, Fernando Reis, informa quais são os documentos que devem ser levados à sede da SDS e unidades do Cras para o cadastramento: Carteira de Identidade, CPF, Título de Eleitor, Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), comprovante de residência (para maiores de 18 anos), Carteira de Identidade e Certidão de Nascimento (menores de 18 anos).


Perfil – Na opinião do representante dos povos de terreiros de Ilhéus, Gilmar Marques (Tata Ykatamba), que esteve na sede da SDS na manhã desta segunda-feira, 9, o cadastramento dos grupos populacionais específicos é fundamental para que o governo federal defina as políticas públicas corretas.
“Por meio do CadÚnico, o governo federal tem a oportunidade de construir um perfil de cada um de nós mais próximo da realidade, o que possibilita a execução de programas capazes de contemplar as nossas principais necessidades e aspirações sociais, culturais e econômicas”, avaliou Gilmar Marques, que também é coordenador dos homens de axé do Núcleo de Ilhéus do Renafro (Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde).
CadÚnico – O Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) é um instrumento que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda, aquelas que têm renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa ou renda mensal total de até três salários mínimos.
O Cadastro Único permite conhecer a realidade socioeconômica das famílias, trazendo informações de todo o núcleo familiar, das características do domicílio, das formas de acesso a serviços públicos essenciais. O Governo Federal, por meio de um sistema informatizado, consolida os dados coletados no Cadastro Único. A partir daí, o poder público pode formular e implementar políticas específicas que contribuem para a redução das vulnerabilidades sociais a que essas famílias estão expostas.
Grupos – O cadastramento dos grupos específicos também contemplará entidades familiares oriundas ou ligadas aos ciganos, extrativistas, pescadores artesanais, ribeirinhos, assentados da reforma agrária, beneficiários do Programa Nacional de Crédito Fundiário, acampados rurais, atingidos por empreendimentos de infraestrutura, presos do sistema carcerário, catadores   de material reciclável e resgatados do trabalho análogo ao de escravo.


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